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Dramas de uma paranóica

Dramas de uma paranóica

05
Jan21

Das férias que já sabem a pouco

Uma paranóica

Nunca mais aqui escrevi e, para dizer a verdade, pouco me lembrei que tinha um blog. De vez em quando recebia um email ou outro da Sapo e lembrava-me e pensava "!! tenho tanto para escrever" mas lá a vida me dava outra volta e voltava ao ritmo habitual de encher tanto a cabeça com trabalho que me esquecia que há toda uma vida para além disso.

Basicamente o meu mês de Dezembro pode-se resumir a isso: trabalho. Dezembro significou férias para muita gente, incluindo a maior parte da equipa que giro e outros stakeholders de quem o meu trabalho depende, mas para mim não; não tenho por hábito tirar férias na altura do Natal e Ano Novo porque 1) não me importo nada de trabalhar e 2) geralmente é uma altura mais calma, portanto nem pensei nisso. No entanto, tirei umas férias MUITO necessárias agora nesta primeira semana de Janeiro e, devo dizer, que saber que volto ao trabalho no domingo à noite me está a deixar um sabor meio amargo na boca. Quem me dera ter tirado mais uma semana!

Em todo o caso, Dezembro foi um mês meio estranho:

- apesar de todas as previsões apontarem para um mês calmíssimo (que chegou a ser, atenção! até deixar de ser), existiram tantos imprevistos a nível de logística e produção que tivemos mais do dobro de clientes a interagirem connosco. Isto não seria problema se não tivéssemos aprovado férias a tanta gente baseado, lá está, nessa previsão

- tenho um chefe novo! É chefe da minha chefe mas é uma camada hierárquica que não estava ali antes e com a qual fui obrigada a trabalhar durante duas semanas (em que estive no turno de dia). Conclusão? Para já não posso dizer que goste dele e chegámos a ter uma valente discussão, o que não sei se foi a melhor ideia (foi no meu último dia de trabalho... espero ter trabalho quando voltar de férias?)

- apaguei a minha vida amorosa. Ok, isto parece estranho, mas o que quero dizer é que aquela pessoa com quem andava a sair, etc e tal? Depois de ficar muito na dúvida sobre se tinha perdido o interesse não, percebi definitivamente que tinha perdido o interesse (e penso que tenha sido mútuo, mas também se pode dar o caso de ter partido o coração ao pobre rapaz e não saber) e afastámo-nos. Não falamos há umas duas semanas e estou muito bem assim

- sinto-me estranha no meu grupo de amigas. Somos amigas há anos, já tivemos muitas discussões, muitos momentos assim e assim, mas sempre tudo muito passageiro, e não é que se tenha passado alguma coisa mas simplesmente não tenho vontade de falar com elas. É estranho, não é?

Começou quando fomos todas almoçar no início de Dezembro e uma delas presumiu que eu passo muito tempo acompanhada (com a minha família), e ficou muito surpreendida quando lhe disse que não, eu passo MUITO tempo sozinha.

Apercebi-me que elas não sabem muito da minha vida (ultimamente claro, porque já me conhecem quase a vida toda) e também não perguntam assim tanto? Como sou aquela pessoa que trabalha imenso e está sempre bem já nunca me perguntam se estou bem ou não e isso tem-me deixado um bocadinho sentida. Por isso tenho-me afastado um pouco, o que reconheço que talvez não melhore a minha saúde mental, mas sinceramente perdi mesmo a vontade.

Tudo isto me leva a chegar à conclusão de que não estou mesmo muito bem. Trabalho muito, não sinto grande vontade de estar com quem quer que seja, e tenho receio que isso se esteja a tornar um problema maior.

Não queria de todo que este post se tornasse uma página do meu diário ou algo que se pareça, mas acho que estava mesmo a precisar de escrever. Atenção, nem tudo é mau e continuo a ter vários momentos bons, continuo a falar com pessoas, a estar com pessoas (em segurança...... calma Covid), mas nestes momentos de maior reflexão apercebo-me que no meio da minha vida "super feliz" (pelo menos para os outros) estou, na verdade, cansada. Muito, muito cansada.

Planos para 2021? Zero, há alguns anos que deixei de fazer resoluções. A certa altura comecei a escrever alguns objectivos e apercebi-me que simplesmente a vida dá tantas voltas que não vale a pena; mais vale a vida levar-me por aí e deixar-me aí. Até agora não me tem falhado :)

(Mas estou a fazer o SheCodes agora nestas 3 primeiras semanas de Janeiro. É o meu único plano para agora.) 

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